Dia Nacional da Dignidade Menstrual: um alerta para a pobreza menstrual - que ninguém vê, mas muitas mulheres vivem
- Passarela Alternativa
- 22 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de mai.
No dia 28 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional da Dignidade Menstrual, uma data criada para dar visibilidade a uma realidade silenciosa e profundamente injusta: a pobreza menstrual.
Essa data não é apenas sobre menstruação. É sobre direitos humanos, saúde, dignidade e equidade de gênero. É sobre o fato de que, no Brasil, milhões de meninas e mulheres ainda não têm acesso a absorventes higiênicos, infraestrutura adequada para cuidados íntimos ou sequer informação sobre o próprio corpo.

O que é pobreza menstrual?
A pobreza menstrual é a falta de acesso a produtos de higiene menstrual, como absorventes, coletores ou papel higiênico, além da ausência de água potável, saneamento básico e educação sobre saúde menstrual.
Ela afeta profundamente a vida de mulheres e meninas, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade social, como:
Pessoas em situação de rua
Alunas da rede pública
Presidiárias
Mulheres em abrigos ou em situação de extrema pobreza
Moradoras de regiões periféricas ou rurais
As consequências são graves: abandono escolar, infecções, constrangimento, exclusão e, principalmente, a perda da própria dignidade.
📉 O que o governo tem feito?
Em 2023, o governo federal lançou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual, prevendo a distribuição gratuita de absorventes para pessoas em vulnerabilidade. A medida foi um avanço importante — depois de anos de luta de movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
No entanto, na prática, o acesso ao benefício ainda é difícil:
É necessário fazer um cadastro no Cadastro Único (CadÚnico), o que exclui quem está em situação de rua ou sem documentação.
A distribuição é feita por meio de farmácias credenciadas no programa Farmácia Popular, mas em muitas cidades essas farmácias são poucas ou inexistem.
Falta divulgação e orientação, então muitas pessoas que têm direito sequer sabem que o benefício existe.
Em vários lugares, há relatos de falta de estoque ou recusa das farmácias em entregar o produto sem explicações claras.
A intenção do programa é válida e necessária, mas a execução ainda não é suficiente para erradicar a pobreza menstrual. A mudança precisa vir também com educação, políticas públicas eficientes e combate à desigualdade estrutural.
✂️ O ciclo da exclusão
Para uma mulher que vive com R$ 1 por dia, comprar um pacote de absorvente por mês é um luxo inacessível. Muitas usam jornal, miolo
A distribuição é feita por meio de farmácias credenciadas no programa Farmácia Popular, mas em muitas cidades essas farmácias são poucas ou inexistem.
Falta divulgação e orientação, então muitas pessoas que têm direito sequer sabem que o benefício existe.
Em vários lugares, há relatos de falta de estoque ou recusa das farmácias em entregar o produto sem explicações claras.
A intenção do programa é válida e necessária, mas a execução ainda não é suficiente para erradicar a pobreza menstrual. A mudança precisa vir também com educação, políticas públicas eficientes e combate à desigualdade estrutural.
✂️ O ciclo da exclusão
Para uma mulher que vive com R$ 1 por dia, comprar um pacote de absorvente por mês é um luxo inacessível. Muitas usam jornal, miolo de pão, panos reaproveitados e até folhas de árvores. Isso não é apenas indigno — é perigoso para a saúde.
A pobreza menstrual também está diretamente ligada à evasão escolar de meninas, que faltam até 5 dias de aula por mês por não terem como lidar com o próprio ciclo.
Imagine o impacto disso ao longo de anos.
✊ Por que falar sobre isso importa?
Falar de menstruação ainda é tabu, mas precisamos romper esse silêncio. Menstruação não é vergonha. É um processo natural, que deveria ser tratado com respeito, cuidado e políticas públicas que garantam equidade e dignidade para todas.
A luta contra a pobreza menstrual é, na verdade, uma luta por justiça social.
Por isso, no Dia Nacional da Dignidade Menstrual, precisamos não só celebrar as conquistas, mas também denunciar as falhas, cobrar melhorias e lutar por mais acesso, mais informação e mais empatia.
❤️ Como você pode ajudar?
Doe para campanhas de arrecadação de recursos os voltados para o combate à pobreza menstrual.
Apoie e doe para ONGs que trabalham no combate à pobreza menstrual.
Doe absorventes para instituições que acolhem mulheres em situação de vulnerabilidade.
Converse com meninas e mulheres sobre o tema — tire o tabu da frente.
Compartilhe esse conteúdo para que mais pessoas saibam que essa realidade existe e precisa mudar.
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